FUROR DA SOLIDÃO

Pra quê sorrir na face tímida, se a garoa lá fora deplora?

O nunca pede pra ser agora, o verbo te quer no presente do indicativo;

Mas tu és açoite imperativo, o negado reiterado ao que te implora;

A fauna é morte e o deserto é flora, sem ti meu mundo perde sentido!

Não sou mambembe abobalhado, mas tua corte assim me fez;

Fala de uma vez e vou castrar as sementeiras do futuro;

Porque esse quarto escuro é overdose simbiótica de embriaguez;

Que não condenes meu ódio cortez, pois é legado desse monturo!

E se o insulto bramir, serei seu alvo intercostal;

Vou quebrar a espinha dorsal desse destino aterrador;

Deixe-me aqui com meu terror, posto que breve adoço esse sal;

Olhando teu semblante ninfal, nos bosques de meu mundo interior!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/12/2008
Código do texto: T1321778
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