FUROR DA SOLIDÃO
Pra quê sorrir na face tímida, se a garoa lá fora deplora?
O nunca pede pra ser agora, o verbo te quer no presente do indicativo;
Mas tu és açoite imperativo, o negado reiterado ao que te implora;
A fauna é morte e o deserto é flora, sem ti meu mundo perde sentido!
Não sou mambembe abobalhado, mas tua corte assim me fez;
Fala de uma vez e vou castrar as sementeiras do futuro;
Porque esse quarto escuro é overdose simbiótica de embriaguez;
Que não condenes meu ódio cortez, pois é legado desse monturo!
E se o insulto bramir, serei seu alvo intercostal;
Vou quebrar a espinha dorsal desse destino aterrador;
Deixe-me aqui com meu terror, posto que breve adoço esse sal;
Olhando teu semblante ninfal, nos bosques de meu mundo interior!