UIM HOMEM NO TEMPORAL
Por vezes sou águia que pouco se vale de sua grande força;
E a suja louça que se empilha parece aludir meus desacertos;
Sabe aquele vagão sobre trilhos sem consertos? Sabe aquela velhice em época moça?
Que a surdez me ouça, porque até meu caos é repleto de defeitos!
A ingenuidade não perdoa a santidade de minhas malícias;
Ela governa revoltas alistadas em milícias e me tortura com desdém;
Quisera a liberdade de um refém, achar algum castigo de carícias;
Pois essa dor nas vísceras é uma prece sem amém!
Eu quero passear dentre as nuvens, eu quero fugir daqui;
As minhas construções preferem me destruir, o bem deseja meu mal;
Ouve ó mar de cristal e me afoga no mais profundo de ti;
Preciso sonhar, preciso sorrir - dizer adeus a esse temporal!