UIM HOMEM NO TEMPORAL

Por vezes sou águia que pouco se vale de sua grande força;

E a suja louça que se empilha parece aludir meus desacertos;

Sabe aquele vagão sobre trilhos sem consertos? Sabe aquela velhice em época moça?

Que a surdez me ouça, porque até meu caos é repleto de defeitos!

A ingenuidade não perdoa a santidade de minhas malícias;

Ela governa revoltas alistadas em milícias e me tortura com desdém;

Quisera a liberdade de um refém, achar algum castigo de carícias;

Pois essa dor nas vísceras é uma prece sem amém!

Eu quero passear dentre as nuvens, eu quero fugir daqui;

As minhas construções preferem me destruir, o bem deseja meu mal;

Ouve ó mar de cristal e me afoga no mais profundo de ti;

Preciso sonhar, preciso sorrir - dizer adeus a esse temporal!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/12/2008
Código do texto: T1321731
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