Flor de outrora
Que noite fria, clareia a lua
Vagam de tédio tantas almas mortas
Densa neblina faz sumir a rua
Aperto o cinto, tranco todas as portas.
Vendo o que vejo tudo é tão triste
Bela beleza já não mais existe
A flor de outrora sei que lá resiste
A fauna e a flora aqui toda chora.
Abro a cortina uma luz que entra
Dentro quarto nada me controla
Há um vazio, uma tortura intensa.
Tranco-me de novo, nada me consola.
De olhos vedados vejo alguém comigo
Foram-se às trevas, fabricou-se a luz
Para um humano este exemplar castigo
Por meus pecados morreste na cruz.