Flor de outrora

Que noite fria, clareia a lua

Vagam de tédio tantas almas mortas

Densa neblina faz sumir a rua

Aperto o cinto, tranco todas as portas.

Vendo o que vejo tudo é tão triste

Bela beleza já não mais existe

A flor de outrora sei que lá resiste

A fauna e a flora aqui toda chora.

Abro a cortina uma luz que entra

Dentro quarto nada me controla

Há um vazio, uma tortura intensa.

Tranco-me de novo, nada me consola.

De olhos vedados vejo alguém comigo

Foram-se às trevas, fabricou-se a luz

Para um humano este exemplar castigo

Por meus pecados morreste na cruz.

Edson Zotto
Enviado por Edson Zotto em 31/03/2006
Reeditado em 05/05/2006
Código do texto: T131681