Novelos

Daí que somos nós

E a lusa língua em nós!

As arestas, as agulhas, as nódoas,

As fagulhas em nós.

E nós mascamos novas mágoas,

Cuspindo bagos de ódio

Em nós.

Daí, eu e você, esnobes,

Soltamos os travos adormecidos,

As amarras, os nós

De nossa voz

Que se prendiam em nós.

Daí, eu e você, apartados,

Desenlaçados e sem nós,

Não mais nos ouvimos,

Não mais somos nós sem nós.

Daí que de nós, apenas os nós

Que nos enovelam

E se/nos diluem

Em seres sós.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 01/12/2008
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