Lágrimas na janela
Lágrimas na janela
Dói, dói dentro de mim...
Olho através da vidraça
E a chuva que cai
Embaça, me molha...
Minha alma chora!
São lágrimas de sofrimento
De ver crianças com fome
Adultos sem lar
Mães e pais desesperados.
Há pouco era festa
Luzes néon do Natal
Sapatinhos na janela
Esperando o papai Noel.
Tudo que vem agora é a chuva que desaba do céu!
Por que meu Deus as crianças chorar?
O coração de um pai ver seu filho se acabar?
Uma mãe em total tristeza
Deixar o filho partir
Em meio a este desastre
Vendo vidas a se esvair?
Chuva do céu vem cair...
A janela de meus olhos enxerga mais
São lamentos, sofrimentos,
De uma terra que clama: Pai!
Vem enxugar este chão!
Vem abençoar esta nação
E dá guarida ao teu irmão!
A janela de meus olhos se abre ao céu
Vê que a chuva findará
Rompendo da morte o véu
E breve a tristeza passará
Um milagre se fará:
Sorte e tempo ameno se verá!
Cai chuva na janela...
São as lágrimas do meu coração
Choram por pais e por filhos
Por mães e irmãos
Chuva que sai da alma
Trazendo alento e pão.
Esperança de que o sol da nova estação
Mude santa Catarina
E o meu tristonho coração.
Paula Belmino
*Inspirado em Balada de Neve do poeta Augusto Gil