Pior Poema de Novembro
Não vejo o clarão daquele simples campo. Não vejo o sorriso daquelas humildes senhoras. Não vejo o dia. Não vejo flores. Não escuto o grito de risadas de crianças indo ao parque. Não vejo cores. O mar secou-se. Parece que nada é como antes. Antes é agora. E agora tá sendo o fim de algo que nunca se formou.
O amarelo ficou preto. O azul ficou escuro. O verde desapareceu.
Uma grande e severa melancolia engole a cidade. Ninguém mais grita o hino de guerra. Todos caem como uma gota uivante. Deixam se ir pela angustia de cada um.
Um morre. Todos se matam e ninguém haverá de chorar no enterro.
Não há som. Não há esperança. Apenas ardor do adeus e a honra de chorar em paz.
Sinos sem som, árvores gritando por água, ratos virando destruidores, comida sem cheiro e o amor morto.