UMA LONGA NOITE

Derrotado pelo sono aqui estou,
só uma névoa na frente dos olhos vejo,
o que me impede de ver o vilarejo
um século para passar, essa noite demorou.
Ouvindo a lenha que no fogão queimava
pois em não dormir, meu corpo teimava,
nessa noite, o sono me abandonou.

Não funcionou meu tranquilizante natural,
só pensava em deixar a cansativa cama,
mas lá fora, muita chuva e muita lama,
foi a noite toda, com ventania e temporal.
Ouvindo lá fora, o vento que assobia
quebrando o silêncio de toda a cercania,
nem deu pra ouvir, os sons lá do curral.

Pelo mau tempo, não pude sair no terreiro,
quando está assim, lá fora nunca saio,
corro o risco de cair sobre mim um raio,
mais que o sono, me mataria primeiro.
Mas desapareceu o trovão tão temido,
e eu aqui, sem um minuto ter adormecido,
nem agora consigo, com os gritos desse tropeiro.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 26/11/2008
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