ÁGUAS

Águas que correm
E seguem seu leito
Não voltam, nem morrem
Não sentem no peito

Águas que brigam
Nas grotas profundas
No escuro lobrigam
Nas lamas imundas

Águas que lágrimas
Escorrem no rosto
Tão limpas, alvíssimas
Salobras, sem gosto

Águas que choram
Meus olhos, meus prantos
E teus olhos devoram
Meu ser, meus encantos

Nas pétalas, gotas
Águas que brilham
Na flor, o orvalho
De aljofres, cintilam

Águas que lavam
Um sujo passado
E tristezas que amavam
Amores alados

Águas passadas
Não movem moinho
E os que não se enlaçam
Padecem sozinhos
Roberto Dourado
Enviado por Roberto Dourado em 26/11/2008
Código do texto: T1303542
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