A Casa de Tia Amélia
Tia Amélia ia envelhecendo, envelhecendo...
Aos poucos ia morrendo, morrendo...
Nunca consegui imaginar,
Que quando ela morresse
Tudo iria se acabar:
Tinha a ilusão que iria continuar:
Os jantares aos Domingos
Os estudos no “Jacaré”
O pé de carambola
O rompimento do Ano-Novo
O encontro familiar
As pedras no quintal
E Sebastiana de avental
E as lembranças perdidas naquela casa?
Eram tão queridas e hoje são feridas
A sangrar constantemente
Sem seres curadas pelo tempo inclemente
Hoje a Casa de Tia Amélia é um cemitério
Onde existem apenas jazigos
Com cinzas de ex-objetos, lembranças adormecidas.
Alegrias, tristezas, risos e lágrimas.
Lá jaz grande parte de mim mesmo,
Lá também fiquei meio sepultado
E choro sobre o meu próprio túmulo