RECUSO

Inda que a sorte me seja esta,

Recuso a abortagem do livre fluxo da dama das minhas mazelas.

Não, esta é para os fracos

Que por aí serpeiam facilmente lobregados. Lobregados de tanto Desposá-la toda mão que sentem o fel das líricas desventuras

Corriqueiras, das amargas primaveras, estios, outonos e invernos

Prosaicos de tristeza.

Inda que em casa esteja ocluso,

Motivos e horizontes que valham a pena que se persiga,

Encontro.

Inda que a revolta em mim seja casa,

Prossigo a cada vagalhão de nãos, suplantando a mágoa.

Inda que a dependência haja de ser vitalícia,

Prefiro-a ao crepúsculo prematuro e proposital da vida.

Inda que assentado em melancólico trono de átomos paralíticos,

Recuso,

NÃO DESISTO!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA