Chuva pesada...

A chuva caiu pesadamente...

O longínquo planger do sino da igrejinha

Foi sumindo, sumindo,

Ante a chuva pesada, caindo, caindo...

O barulho do bonde sobre os trilhos,

O roncar dos carros na Barão de Itapura...

Tudo foi sumindo, sumindo,

Ante a chuva pesada, caindo, caindo...

A chuva pesada dominava tudo,

Caindo no telhado, rolando nas calçadas,

Indo formar, além, as enxurradas,

Correndo para o esgoto, a engrossar os rios...

Chuva pesada que tudo domina,

Por quê não cala a dor que me alucina?

O estado febril que me calcina!

O desespero que meu ser fulmina?...

Junho de 1961.