O APAGAR DA CHAMA
Não era ciúme que o amante calava
nem amor que p’ra sempre partiu,
era a saudade que doía e magoava
e que um coração apaixonado feriu.
Era o lamento que a alma irradiava
sem temor na solidão mergulhado,
com esperança que o amor voltava,
avivando no reviver amor sonhado.
Era como se a luz morresse na flor
e achas se apagassem no rubro lume,
se varresse da memória antigo ardor
e ensurdecesse amargo de azedume.
Era chama que abafada pela tristeza
caía na sombra, tecendo escuridão
onde o amante na desilusão e frieza
matava lentamente o ferido coração.