DESCONHEÇO-ME A MIM

Com o olhar vistoso

Olhei-me para dentro

E avistei uma parreira

De uvas doces

Vermelhas

E macias,

Mas com as mãos

Não poderia pegá-las.

A fome do inevitável,

Do interno externo

E desconhecido

Me fez enfrentar

Uma luta com meu

Verdadeiro eu,

Para mim mesma.

Beijei-me a mim

Com a doçura da uva

Que apreciava

Sem direito de comê-la.

Apenas com o olfato nobre

De um adocicado vinho

A fim de conhecer

A minha irreversível inferioridade

Daiane Durães
Enviado por Daiane Durães em 21/11/2008
Reeditado em 21/11/2008
Código do texto: T1295844