Você, que dizia me amar
Aonde você tem estado,
se você não está ainda ao meu lado?
E isto é amor ou desgosto o que eu vejo?
Afinal, acabou-se o desejo?
E seus olhos, por quem têm procurado?
Quantos anos nós temos vivido,
assim, cada qual em seu efêmero espaço
retendo as respostas que endossam segredos,
fugindo da vida, cultivando outros medos,
adormecendo as dores num cotidiano cansaço?
Eu suponho momentos que não concretizam.
Nossas almas aprisionada pelo que escravizam
agitadas pela ânsia de um querer inexplicável...
a escassez dos encontros que não acontecem,
as regras impostas que por si mesma obedecem,
e um amor tão bonito tornando-se inviável...