MORTE BRANCA

MORTE BRANCA

Aos alpinistas mortos)

É preciso gritar para acordar os montes

Que dormem sob as geleiras.

Enquanto há paz na brancura dos Andes,

As fogueiras crepitam nos corações

Com labaredas que devoram o oxigênio

E as enojadas lhamas cospem os nossos rostos

Marcados de pranto.

Difícil é reter o pensamento

Que desliza no desfiladeiro

Com o alpinista vestido

De eterno branco.

Livre voa agora o falcão por sobre

A montanha de cristal...

Os sentimentos submergidos

Perpetuam-se como as lágrimas

Que se tornam cristais para sempre,

Que nunca se destroem,

Que nunca se rendem

À impiedade das avalanches.

Pablo Calvo
Enviado por Pablo Calvo em 19/11/2008
Código do texto: T1291466