A SEDE POR FELICIDADE
Andar pra frente é desesperança, retroceder é impossível;
Tenho atirado no invisível, sobrevoado abaixo do chão;
Vivido dias de cão, finalização cujo roteiro é imprevisível;
Sou o clamor do pavio por alívio, alvo preferido da tribulação!
O fruto está exposto e indisposto para tornar a ser semente;
A fonte está doente e suas águas já não limpam nem saciam;
Os cântaros lentamente se esvaziam, restando um fino fio indiferente;
Agrura ardente que não mente às emoções que internamente digladiam!
O céu escureceu e a tempestade já não é mais previsão;
O frio da desolação nem precisou ser convidado pelo isolamento;
Pólvoras e fermento são bombeadas ao coração;
Anunciando a explosão de átomos de desilusão soltos ao vento!
O meu apocalipse sonha morrer nos braços do paraíso;
Preciso disso, porque o fim dessa jornada virou necessidade;
O cedo já se tornou muito tarde, pois ignorando eu me aviso;
Um só motivo para um sorriso, é o que eu queria de verdade!