SEM SER VISTA
Ela ama-o sem remédio:
nada puderam os açoites
as váguas
as brêtemas
os comboios de razões
Ama-o ela sem solução:
contra todo prognóstico
contra ela mesma
contra as negações e a evidência
Sem jeito nenhum por onde se colha
ela quer, ama e sonha
nuvens de mornos climas
a refrescarem a face amada
hálitos salgados de mares
abertos em rosas de espuma branca
na branda areia batentes
E não pode fazer nada
nada pode evitar
sem salvação resta só
mergulhar na lava:
amar