VEM DO CÉU
Sinto-me perdido e jogado ao léu
sinto pela vida um dissabor,
cumpro aqui um simples papel
onde nada, tem algum valor.
Não conheço a doçura do mel
ainda não sei o que é um amor,
pra mim, nada ainda caiu do céu
nada, me mostrou alguma cor.
E como se me movesse, um carrossel
com a suavidade de um vapor.
Só sinto-me bem, escrevendo um cordel
quando transformo num trovador.
Entre meus olhos, existe um véu
que proibe de ver o meu interior.
Não consigo enxergar além do chapéu,
em termos de vivência, sou um amador.
Cumpro pena sem ter sido um réu
onde nunca vejo abrindo uma flor,
mas vou quebrar esse elo, esse anel
por que quero da vida sentir sabor.