Sem ti, as noites tendem a me destruir
Noite, quando tu chegas, tão fria e vazia
Enches meu espírito, de solidão e agonia
Eu, que sempre me pronunciei em tom brado
Hoje, não passo de um menino, triste e assustado
Eu, que outrora me gabava por ser o preferido
Hoje, sinto meu orgulho ferido, ao ser preterido
Muitas vezes, este é o desfecho de uma paixão
Quando quem diz que te adora, te entrega à solidão
O culpado disso tudo, é o vil que sou eu
Vejo-me circundado em demasia, onde só habita o breu
Em um mundo tão medonho
Onde muito já sonhei, mas hoje não mais sonho
Acolhedores eram teus braços,
Que porventura eu perdi
Atualmente, em pedaços
Choro ao me lembrar, de todo o amor que já vivi
Ah! Noite, tão feroz e tão densa
Que tanto me inibe, com tua presença
Que me traz, à culminância da falta de sorte
E que me faz perder o amor a vida, e esperar somente a morte
Porque mais fácil é fechar para o bem, o coração
Se entregar ao ódio, cair nas garras da obsessão
Mas não me entregarei tão facilmente
Encontrarei novamente, o amor excelso, puro e resplandecente
Evoluirei e serei perfeito no porvir
Assim, não passará um dia, sem que te faça sorrir
Por enquanto, devo recolher-me a minha insignificância
E aceitar que estais certa, quanto a minha ignorância
Em breve, as ruas solitárias, o tédio desconcertante
Não mais farão parte de minha vida errante
O caminho para a felicidade já conheço, ele está no teu ser
Infelizmente ainda não te mereço, mas em breve irei te merecer
Então, tudo o que hoje é dor e melancolia
Transformar-se-á em paz, em agradável harmonia
As trevas irão se dissipar
E voltarão os lumes, tornando novamente a me guiar.