O poeta sonhou
Perdoem-me a impura loucura...
A febre em noites pálidas torna-me insensato,
Minha tristeza é um castigo, a ilusão momentos endoidecidos,
Em delírios retorno ao vale!
O poeta definha enquanto dorme
Ele sonhou... Sonhou sozinho a velar o próprio pesadelo,
Pousou sua face em sombras e suas mãos repousam em tumba!
Clamou misericórdia ao anjo perdido...
Sombras brincavam como borboletas...
Meia luz ao fundo e ele me pegou de novo,
Com seu cruel beijo de víbora envenenou-me as entranhas!
E o anjo nada responde... Os versos frios do poeta
Continuam costurados no corpo do morto
Vedando as chagas deixadas pela vida!