Tristeza de poeta

Transcorre à noite e a poetisa em vão

Enxuga lágrimas que não escorrem

Estupidamente debruçada ao chão

Procurando palavras que não lhe ocorrem.

Palavras mudas em seus ouvidos sopram

Surdas vozes tentam engana-la

Suas secas lágrimas não mais invocam

A antiga dor que vive a machucá-la.

Sob a folha branca lança cegos olhares

Reflexos do coração já sem emoções

Com seus tolos rabiscos jamais formares

Versos capazes de tocar corações.

Mil palavras não conseguem dizer

O que preso em sua garganta não pode falar

A poetisa que tenta escrever

Seu poema de amor que não quer se formar.

Palavras mudas somente me restam

E as devoto a quem quiser lê-las

Minhas meras palavras que apenas prestam

Pra aliviar minhas dores ao tentar escreve-las.

A noite se finda, as sombras se vão

Palavras não teve pra seu verso escrever

A inerte poetisa continua ao chão

Com suas lágrimas secas ainda a escorrer.

Marina Dalmass
Enviado por Marina Dalmass em 03/11/2008
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