Tristeza de poeta
Transcorre à noite e a poetisa em vão
Enxuga lágrimas que não escorrem
Estupidamente debruçada ao chão
Procurando palavras que não lhe ocorrem.
Palavras mudas em seus ouvidos sopram
Surdas vozes tentam engana-la
Suas secas lágrimas não mais invocam
A antiga dor que vive a machucá-la.
Sob a folha branca lança cegos olhares
Reflexos do coração já sem emoções
Com seus tolos rabiscos jamais formares
Versos capazes de tocar corações.
Mil palavras não conseguem dizer
O que preso em sua garganta não pode falar
A poetisa que tenta escrever
Seu poema de amor que não quer se formar.
Palavras mudas somente me restam
E as devoto a quem quiser lê-las
Minhas meras palavras que apenas prestam
Pra aliviar minhas dores ao tentar escreve-las.
A noite se finda, as sombras se vão
Palavras não teve pra seu verso escrever
A inerte poetisa continua ao chão
Com suas lágrimas secas ainda a escorrer.