Uma Pomba (39)

Uma pequena pomba eu vi

e nela fiquei a pensar,

tanto pensei que escrever decidi

para ver se minha dor posso abafar.

Sua vida é curta agora,

sem forças você desfalece

mas esta vem em boa hora

pois se não consola fica como uma prece.

Não sei quanto tempo mais

você aguentará este calor,

em sua agonia ninguém foi capaz

de sentir por você a dor.

Sei que sua vida está no fim

e sinto uma tristeza profunda,

porque a morte é triste assim,

oh! pomba cansada e moribunda?

Vejo a luz de seus olhos se apagar,

já sei que o seu momento chegou

seu sepulcro é o solo onde vai ficar,

pomba que tão triste me deixou.

Alexandre Brussolo (11/09/1991)