Minha luz estrangeira
Minha luz estrangeira
Que se foi neste trem aberto
Que expandiu e irradiou tanto
Mas não fez calar o meu prato
Por que me apavoras,
Logo neste romper do dia?
Por que não vem embora
Ao raiar a aurora?
Lembrar de tempos passados
Que fui feliz ao teu lado
Sonhar que o futuro
Me dará condição de sorrir
Que o meu coração
Não vai mais sentir dor
Viver o tempo eterno esse amor.
Viajar no espaço da paixão
Sentir as nuvens no chão
De mãos dadas passear
Entre os jardins
Mais lindos da primavera.
Não sentir medo da fera
Que hoje me consome
E me deixa sem brilho.
Venha depressa...
Já se passou tanto
E eu lamento enquanto
Tu não vem...
E eu sinto tanta dor
Que não sei se resistirei
Eu fico tão triste
Parece que não existe
Ninguém mais aqui
E eu chego ao fim...
Sem ao menos ver seu olhar
Com vontade de ti abraçar.
Mas tu minha luz estrangeira
Se foi pra longe
Nem endereço deixou
Nenhum telegrama mandou
Nenhum telefonema fez
Nenhum contato enviou.
Não saberá do meu fim...
Eu sentirei tanto...
Mas neste vagão aberto
Deste trem descoberto
Verá minha luz se apaga
Na escuridão do céu
Que em noites de outrora brilhava
E perceberás que não mais existirei
E a dor te tocará o peito.
Essa que me engoliu.
Que hoje me consumiu.