Para sempre, te perdi
Eu vi sim, juro que vi
Ela era linda, sinuosa
No teu ar doce me envolvi
Envolvi-me na tua expressão manhosa
Tua boca era a maior tentação
Pele macia que nem pêssego
Boca onde encontro toda minha perdição
Pele, que dos meus pensamentos tira o sossego
Alma pura, sincera, amável
Num corpo quente e da pele macia
Cheiro de flor, menina afável
Amor de anjo, que mortal nenhum merecia
Teus cabelos, em madeixas caídas
Da cor da noite, com brilho da Lua
E a face branca reluzida
Corpo esguio, caída, nua
Olhos grandes
Da cor do céu
Olhos infames
Escorrendo fel
Caída, ela agoniava
Olhos abertos, peito sem ar
Já sem vida, lá estava
Olhos secos a me olhar
O sangue que da boca escorria
Manchava a tez com avidez
Meu âmago aos poucos sucumbia
Perdera-a outra vez
Sem motivo nem força para lutar
Eu chorei, e em meus braços a envolvi
Junto à tua alma calarei o meu penar
Junto ao teu corpo, ao meu feneci