Espelho
Miro meu rosto num mesmo espelho.
Espero pelos dias de um agosto vermelho,
ensandecido pela paixão derramada,
minando cores na tez iluminada,
quando meus olhos dirão do encontro
que antecipará minha volta.
Saio de cena, registro o poema.
Hiberno a tristeza, repetindo o velho tema.
Tampando meu reflexo com o mesmo pano cinza,
no luto imaginário pela perda do que nunca tive,
meu espelho é o único que sabe
aquilo o que dentro de mim ainda vive...