DESESPERO ARFANTE

Vem seca-me os olhos,

que essas lágrimas de desespero

me afogam numa balança de ódio,

que morro contínuamente

a cada tormento presente.

Vem limpa-me o rosto,

que esse suor que despojo

são gotas de sangue cúspidas,

que emudeço vergonhosamente

pelo horror do meu pavor.

Vem traga-me um sorriso,

que a leveza que esboça

o natural espanado eu perdi,

e arroto miserávelmente

por risos que não ri.

Vem devolva-me o paladar,

que nasce fogosamente

da tua presença,

pois me invejo todas as vezes

que percebo-me apaixonada,

exalando beleza!

FAGÚLHAS
Enviado por FAGÚLHAS em 22/10/2008
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