DESESPERO ARFANTE
Vem seca-me os olhos,
que essas lágrimas de desespero
me afogam numa balança de ódio,
que morro contínuamente
a cada tormento presente.
Vem limpa-me o rosto,
que esse suor que despojo
são gotas de sangue cúspidas,
que emudeço vergonhosamente
pelo horror do meu pavor.
Vem traga-me um sorriso,
que a leveza que esboça
o natural espanado eu perdi,
e arroto miserávelmente
por risos que não ri.
Vem devolva-me o paladar,
que nasce fogosamente
da tua presença,
pois me invejo todas as vezes
que percebo-me apaixonada,
exalando beleza!