Anna

Imergindo do letárgico calvário, silencioso

do auto-exílio ao caos benéfico da convivência social,

a ressurreição breve de um sonho despedaçado,

feito em cinzas numa sexta feira santa.

A ilusão do amor juvenil, inocente e amargo pesar,

de alma incorrigível que vaga como sombra do dono,

num presságio maldito sereno, de uma morte lenta,

um amor que se vai sem sequer ser concretizado.

Dos cabelos desgrenhados ao corpo de sonhos,

adentrando o vasto universo de decepções e amarguras repetidas,

lembranças amargas que persistem nos dias longos

de imagens violentas em visões suicidas.

Anna rememora de diferentes formas

infantis elucubrações apaixonadas,a juventude rápida e amarga,

o ciclo de desilusôes que não se apagam

apenas transformam-se sorrindo naturalmente inconscientes,

da dor que se passa a tua volta.

O último martírio é a promessa que faço

diante do único Deus que reverencio,

no espelho eu o vejo,magro,acabado,doentio

esperando acordar de um pesadelo vivo.

Anna apenas ri,acenando caminha longe,

dando um sentido diferente a minha morte, sendo tão importante nesta vida,

que se esvai envenenada e indolor,

findando uma série de trágicas despedidas.