Hei!...O que faço,
No palco se ninguém ri?
Perdi o meu jeito, errei no trejeito
Quando do picadeiro caí.

A minha fantasia
Não causa euforia
Na arquibancada.
Já não tem os gritos,
Não tem os apitos
Da meninada.

A lágrima que cai
Na pintura do rosto
Tem gosto de sal.
Pensam que é mentira
Mas é tão real.

Atrás da cabeleira
Que enche a cabeça
E descobre - me a testa,
Existe um ser pensante
Que achou que a vida
Seria sempre festa


      

Que já deu pinotes
Que fez tanta graça
Provocou risadas;
Que era tão querido
E muito abraçado
Pela criançada.

Hoje o corpo pesado
Não tem a agilidade
Dos tempos de outrora.
Meus gestos são lentos,
Já quase não ouço
A algazarra lá fora.

Cansado, triste,
Ainda resisto,
Não vou desistir.
Tenho a esperança
De ver a platéia
Voltar a sorrir

26/02/2007
Célia poetisa
Enviado por Célia poetisa em 18/10/2008
Reeditado em 12/08/2010
Código do texto: T1235763
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