Lágrimas tardias
Há um entardecer eterno em minh’alma condenada,
Vazio de solidão abissal letárgica que reacende desejos,
Uma sombra que descansa e chora,
Punhal atravessando a criança e os olhos da esperança
Decompondo-se enquanto plangentes melodias ecoam em homenagem vaga.
Após o silêncio costumeiro cubro-me com noite serena,
A tua falta então lembra-me da dor do fracasso,
De todas as chances perdidas e meu sangue
derrama-se generoso transbordando em um brinde particular.
E tu,desde a candidez da pele macia e o sorriso sempre presente,
Ao lascivo encanto que reaviva intensos tormentos A paixão,erguendo-se triunfante no dolente anjo
perpetua anseios ao crepuscular sonho outonal.
Páramo de desespero ,amargo sorver de continuidade
Partir então como seria bom em teus braços
Em teus lábios ,maravilhosos, encontraria o motivo
para contrariar fadário tenebroso,
A vida é um martírio espelhando-se nas sombras
que envolvem-me ,profundamente arraigadas em distímica motivação,
Pela morte minha libertação,ao largo do sepulcro lágrimas tardias e inocentes.