Paixão condenada

Em sacrário coração abandonado,

Masturbando-me imerso em sombras de olhos movendo-se nas trevas,

Soledade divinal,pueril sonho despedaçado,

Esclerótica difusão luminosa em corpo tombado

e novamente a noite messe de lágrimas e lembranças amargas

De calvário fielmente perseguido.

A lascivez que enleia meus pensamentos

Obcecado anelo em esplendor de real paixão

Frígidos dias acumulando lamentos

De desejos jamais alcançados.

Báratro devorador de espíritos confusos

Atravessando-me com sua consciência mórbida

Amor,amor,o sorver amargo da não concretização

Entrega anormal da nobreza sentimental e o crepúsculo do condenado.

Tépido até o rigor mortis,

O ressoar profano de martírio dantesco,

Abissal anjo efloresce ao venerar-te

Atros pensamentos de repóbro misantropo

Esgotando-se na densidão do fim alcançado

O vazio de não tê-la é então voz que guia o último ato,tragédia em desfecho esperado,

Ao longe esmagando o coração do contrito,

Encarcerando na podridão eterna o invólucro tênue do sofredor apaixonado.