Rosa sombria

Uma rosa sombria é tudo que desejo,

Languescente calvário de carinho mórbido

Longe repousam em túmulo desconhecido meus ancestrais, os odeio,

Partilho apenas a saudade do Porto, nostalgia de tempos não vividos

De profundos anseios jamais realizados.

Amor que envolve pensamentos cálidos

Voltando-se para a contemplação do crespúsculo,

A mãe clama com pássaros profetizando augúrios

Desejos incendidados e sensuais delírios

Como gostaria de estar ao teu lado,flor de Poeta escolhida.

Mar infinito traspondo corações e febris paixões

Mãos entrelaçadas e beijos em pensamentos,

Tua pele alva serena sobre o plenilúnio

Fiel deidade pagã,toma minha alma em teus braços

Oferta o recanto de coração alentado,

Aflorando doces sentimentos que entorpeçam meu pranto.

Claustro vampiro aguardando a estadia eterna em cova rasa,

No luto dos que restam apenas tétricas chagas fechando-se sobre meus olhos,

Rosa sombria em fervor reconhece o clamor intemerato,

Guarda-me em teu carinho velando pelo ébrio de sangue infausto,

Apaixonado noctívago absorvendo palor de existência fúnebre.