O falecimento do anjo

A sombra do último anjo moveu-se com distinção,

Sou o filho padecendo enforcado nas ruínas da mansão,

Esgueirando-se através do Estígio a melhor despedida é aquela

em que cegos estamos todos diante do abismo.

A morte é o desejo derradeiro do frígido vampiro,

Avolumando-se na atmosfera de sonhos em nobres vestidos abandonados,

Os vermes devoraram o preenchimento de suas vidas ,plácidas desgraças em diáfanas musas tecendo honrarias ao Diabo,glórias esparsas apenas graças a Ele.

Lábios costurados não revelaram o desapego fingido

Sob o laço tênue que segurava fragilmente o que chamam de espírito,

Neste breve rito de esquecido tempo arrastei o cadáver dos meus anseios autodestrutivos,

Até afundar na terra do jardim sacrário do fatídico destino em perversa ironia não planejada.

Vomitei o coração do covarde,

Fraco sufoquei quem sabe o gutural brado,

Asas partidas de atro anjo desistindo

Engolindo as entranhas das flores abrindo-se

Na aurora orvalhada de sêmen proibido,no ocaso despedaçando a noite em sorver odiado.

Meu corpo se desfaz em pó mágico como serragem de crânio durante delicada operação,

Dançando misturando-se a poeira molhada de lágrimas ,salpicada como início de chuva abrupta,

Banho-me com sangue de ancestrais perdidos e desalento vago de infindável vazio

Até libertar meu canto,múrmurio vago de jovem apaixonado,

Solitário adeus de santo moribundo.