Aflição
Marquei contigo um novo encontro
Para confronto dos desvarios da solidão
Em vão, em caprichoso desencanto
Seco pranto , me rendi, em frágil emoção.
Em preciosa meditação me internei,
E voltei ,inteira, pra ti, minha atenção,
Sem noção, nada mais importa e assim serei
Nem apurei, tua inegável indecisão.
Sinto o peito arquejado em suspiros
Feito tiro, a disparar com teu olhar
A rondar, minhas vias entre asilos
Entre os trilhos, novos rumos a enveredar.
Nada importa , em minhas dores nada resta
Se nem na fresta, fica a espiar a solidão
De antemão, arranha o brilho da minha festa
Ganha nesta, soleira nova, mais prontidão.
Agora vivo, em pleitos arremedos de assobios
Em desvarios nada busca em cada noite
Pois , em acoite, busca minha companhia
Bela e fria, esperança em seus acoites.
Deixo em terra morrer todos os conflitos
Nem mais um grito, ousa sair da minha voz
Doce e atroz, tiram o selo velho e aflito
Lampejo infinito , de um triste condor veloz.