"Senhora"
Senhora
Senhora, que ara ora varia
Senhora, que vir que nada
De muitos lugares
De muitas horas e sem amor
Senhora, diga-me
O que vai de encontro
Ao meu coração liberto
Ao meu coração sem lume
Indébito, infeliz, sem ponderações
Senhora, que digo para minha alma
Que digo para minha profundeza
Que sinto que morro, por ser livre
Que por ser livre, sinto-me como?
Senhora, chorar é o eterno lamento
De minha alma fininha, pairada
Parada, sem questionamentos
E interrogações e sem medos
Senhora, diga-me
Se chorar, chorar, chorar
Vai lavar esta minha alma
Ou esperar, esperar
Vai me fazer voltar de onde eu vim
Belo Horizonte, 29 de abril de 2006.