Partir
A vida nega as vontades e invade
Os olhos apenas fecham as imagens
A dor nem é passageira e chora
O engano é carregado de desejos
É tarde e há neblinas covardes
Chove na engarrafada cidade.
Luto contra a ventania,
E ao partir o coração revela-se frágil,
Nunca houve alguém e jamais virá!
A brisa suave acode os relâmpagos,
A diversidade na imagem revela a dor.
Os homens negam e empacotam energias
As mulheres livres desertoras e libertas
A dúvida é dialética, o medo rebela-se
A tristeza paga a passagem sem humor.
O cheiro da terra molhada cobre as narinas
O despertar gera melancolia
Mas a terra reveladora é forte,
Rumo ao norte desconhecido
Sozinha, calada, apenas parte.