Os guardiões
O que é minha morada? Fortaleza cerrada
Deixa de fora o vento, a neblina e os homens
E é velada por guardiões dedicados
Que se revezam em horas de infinita vigília
De modo que enquanto uns guardam, vários ressonem
Guardam-me numa sala secreta
Fitam-me através de felpudas pestanas, entre as almofadas
Saudosos da canção que não mais ouvem na casa quieta
Pois demasiadas vezes, testemunharam demasiadas dores
Sem poderem fazer nada
Quanto a carne ferida - E a alma despedaçada.
(inspirada pela tristeza e pela prosa de A.S. Byatt)