ELEGIA À MENINA MORTA

Isabella,

Ah! Isabella

Menina Isabella

Tão linda, tão meiga

Tão doce, tão bela

Sorrindo, dançando,

E depois... Caindo

Que mal você fez?

Que mal te fizeram

Os que tinham

O dever de te amar!

Jogaram-te fora da vida

E nem te deixaram crescer

E o mundo parou

E chorou...

E eu, se choro

Choro por mim mesma

Para silenciar a minha tristeza

Não choro por ti, Isabella

Ainda te vejo sorrindo

Por entre a tela cortada

Daquela janela

Pareces um anjo

De asas azuis...

Quem dera soubesses voar

Abrisses as asas

Pairando no ar

Pousasses assim,

Pertinho de mim

Aonde eu saberia te proteger,

Da crueldade e do desamor

Ainda não pude deixar de sentir

Ainda me dói tua dor

Mas... Está consumado

Não vais mais dançar

Não vais mais sorrir.

Já podes voar...

Ao fechar meus olhos

Parece que vejo

Teu lindo rostinho

Sorrindo outra vez...

Voa, voa meu anjo!

Não eras daqui

Aqueles não eram teus pais

Voa de volta para a tua casa,

Alça vôo pelo azul sem fim

Para abraçares

Teu papai de verdade

E... Intercede por mim

Pois mesmo sem nunca

Ter te conhecido

Vou ficar assim

Por um longo tempo

Em meu desalento

Quieta no meu canto

Sentindo saudades de ti,

Isabella!