DO CHORO AO RISO
Da cascata vi nascer
Meu fio crecer
A mulé barriguda
O fio enverdecer.
No riacho vi prantá
Na berinha tudo que dá
Cuento, mio e meu fejãozinho
E o meu burrim prá e prá cá.
No deserto vi o toró
Minhas rôpa levar
A enchorrada da chuva
Meus trocinho
Levar.
O governo pasa aqui não
As mué vem c'om um lapo e papé na mão
Perguntando pra eu como vivo no sertão
Eu arrepondo - minha fia, vou levando como Deus qué.
Êse povo pensa que nós é besta
Nós num somo besta não
Quando faz frio
Faço meu foguinho de lenha
E chamo a cambada pra se esquentar com nós.
Ei moça bunita quem cumer mais nóis?
Por delicadeza. _ A moça responde: com todo prazer.
Seu zé feliz - moça num se acanhe não, pega lá mué
A panela nova mode a mué se alimentar dereito.
Esse é o povo brasileiro com seus dialetos interioranos
Bonitos demais como dizia Paulo Freire: "Ninguém educa ninguém, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.;
Êta sertão danado de bão é nosso nordeste.