O HOMEM QUE AMA
O céu parece folha reduzida perante as cores de um homem que ama;
O seu silêncio declama, a chama do ciúme lhe arde em poesia;
É vento em demasia, cuja gota na taça de cristal é transbordante drama;
O homem que ama é bala perdida entre o sofrer e a alegria!
O mundo que o fez devorador voraz, lhe humilha como cão desprotegido;
E o seu gemido se mistura ao trovão da chuva fria;
Quando ama de tudo se desvia, é pássaro calado e ferido;
Fato que ninguém teria crido, quem destroça leões para uma mulher perderia!