CICATRIZ

Não queres que eu acredite neste teu diálogo furado…

De amante apaixonado…

Capaz de viver ao meu lado,

De dar-me amor!

Ontem jurastes que me amavas,

Hoje me faltas e como sinto tua falta!

No calor desta noite escura.

Na penumbra do meu quarto,

Adentrei na madrugada gelada e não te encontrei.

Procurei tuas mãos para afagar meus cabelos…

Mas elas estavam ocupadas…

Senti a falta de um beijo!

Ainda sinto a falta do teu beijo…

Procurei tua fala mansa,

Mas estavas encantando outros ouvidos,

Procurei por teu carinho,

Não achei mais nada. Só o copo vazio em cima da mesa.

Cobrei tuas promessas…

Mas não encontrei nem o papel amassado jogado no chão…

Então… sofrendo, vasculhei as gavetas, joguei as lembranças e guardei o vazio na alma a tristeza em meus olhos… Tranquei na gaveta a minha alegria.

Olhei para o que sobrou! Quase nada…

Na varanda ainda estava pendurada a rede…

Mas a poeira tomou o lugar de nossos corpos.

Procurei em mim uma ferida aberta, sangrando, porque a dor era tão grande…

Esta sim, eu achei! Então chorei novamente!

Porque se tornará uma cicatriz imensa e uma marca profunda que jamais se apagará da minha vida.

SILVIA TREVISANI
Enviado por SILVIA TREVISANI em 10/09/2008
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