" ASSASSINATO"
NO ALCANÇE DAS MÃOS, NO APANHAR DOS VENTOS, NO COLORIDO JARDIM DAS NOITES ILUSTRADAS.
É AI QUE TROCAMOS A CANÇÃO DO NASCER, PELA DOR DO ABORTO.
AO CONTRARIO DAS FLORES, NÃO CRESCERAM, AO CONTRARIO DO VENTO ELES NÃO SE REBELARAM.
AO CONTRARIO DA CHUVA, ELES NÃO DERRAMARAM LAGRIMAS.
E COM O TEMPO ELE SE FOI SEM NOME, SEM DATA DE NASCIMENTO, SEM ADEUS E SEM AMOR.
APENAS SE FOI, COM A CERTEZA QUE NUNCA VAI VOLTAR.
ASSIM SE DESENHOU SEU FIM, SEU COMEÇO INCONSTANTE E SEM PORQUE.
SEU CARISMA APAGADO, SUA FORÇA CONTROLADA SEM AMOR.
SEUS PUNHOS DE ANJO SERRADOS, ENFORCADOS NO DECORRER DO MATADOURO.
CORAÇÃO QUE PEDIA PERDÃO SEM SABER PORQUE, QUE CHORAVA PELA IMPOSSIBILIDADE SE FAZER VIVER.
BRACINHOS ERGUIDOS PRO CÉU, CONTEMPLANDO A PLACENTA ETERNA.
SEUS PÉS RETOS SEM A FIRMEZA DE VOAR, SEM A PERPICACIA DE SER OU NÃO SER GENTE.
RIDICULO CHORO,ABANDONO DO CORAÇÃO,DESPERDICIO DA RAZÃO,
ESQUECIDO ENTRE AS FERRAGENS E ATIRADO CONTAR O LIXO.
ESSE É O FIM DE UM SER AMBULANTE E DESCONHECIDO,
QUE FOI ESQUECIDO NO MOMENTO DE NASCER,
QUE SÓ FOI LEMBRADO, GLORIFICADO E APLAUDIDO QUANDO FOI
ASSASSINADO.