Rosas num pote amarelo
Se logo me for, não precisam chorar.
Deixem somente flores
Vermelhas!
Junto ao jazigo do menino.
As flores, que murcharão,
Também estarão mortas,
Plenas de silêncio
No cemitério maior:
O maior do mundo.
Não queimem velas,
Incensos, doces, coroas-plásticas...
Não. Nada. Limitem-se às rosas.
Tudo isso me parece eterno demais,
Incompatíveis com minha morte efemerazinha, pequena.
As rosas vermelhas ficarão magrelas, esquecidas,
Depois inexistentes. Como a mim, o que restará
De mim é o que não existe mais debaixo da terra.
E, se observarem atentamente,
À noite,
Em fins de um inverno rigorosíssimo,
Lascada de uma garoa penetrável,
Que acentua a campa serenamente,
Brotará um botão vermelho
Junto à cabeceira onde repousa,
Eternamente,
O menino sem flor nenhuma.
(Die)