FÚNEBRES ANELOS

Sejam dilaceradas todas as formas de solidão;

E pereçam em eterna escuridão, todas as lágrimas sofridas;

Pois advogo almas feridas, pra que sobreviva o coração;

E que nunca haja ressurreição para as derrotas já vividas!

Muitas adagas pontiagudas sobre os fracassos amorosos;

E que o sofrer alquebrador de ossos, pereça exterminado;

Antes que o último sorriso tenha acabo, e que feneçam os esforços;

E que todos os sentimentos nossos sejam de êxito conquistado!

Morra essa tal de indiferença e o cemitério seja a casa do desprezo;

Fique no além condenado e preso, o finito sentir que jurou eternidade;

Porque é de felicidade que eu caracterizo a vida que almejo;

Matando a desilusão em que me vejo, em respeito ao que me sobrou de sanidade!

Eu quero vida para o meu sorriso, eu quero a morte de meu pranto;

Não será de luto o meu manto, ao se cumprirem meus fúnebres anelos;

Ainda semeio sonhos belos, ainda serão festivos meus cânticos;

E se meus sofreres foram tantos, sobre suas ruínas erguerei castelos!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 06/09/2008
Reeditado em 10/09/2008
Código do texto: T1165051
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.