Tormento persecutório
Vai embora pelo amor de Deus!
(ha... se eu chorasse era tão mais fácil)
“joga sobre mim todas essas dores, tira o peso dessa alma e injeta em minha veia esse mar de problemas, trança a dor no meu peito e solta o pesar em meus ombros, eu vou agüentar, tuas mágoas no seu coração viram lágrimas, no meu, poesias...”
E solta meu corpo nesse chão gelado, não mais frio que meu ego, tanto faz a minha carência estúpida e idiota, há tantas coisas mais importantes que cuidar de mim, afinal, esse papel de coitado não deve comover (malditas dores físicas), quantos intrépidos ainda vagam a procura da felicidade?
Pra que perder o seu tempo comigo se o dinheiro é mais importante?
É tão ruim quando mente pra mim tentando se enganar...
Volta as trevas, apaga essa luz, fica em silêncio, fecha a porta e toma o teu rumo, me deixa aqui com o mal de Caim comendo meus tímpanos, com meus olhos bicados pelos corvos do paraíso...
Porque eu não paro de ter essa sensação de que os demônios gostam bem mais de mim do que os anjos?
Deixa eu vomitar insanidades, eu preciso tanto tirar isso de mim pra não morrer ou matar o que tenho...
Os anos passam e cada vez me sobram menos forças...
Essas noites que nunca acabam, esse vazio infinito, me leva daqui, me tira do esgoto, ta ruim ter que respirar aqui dentro...
Vão embora pelo amor de Deus, não me façam sangrar...
Que se foda o que eu sinto, essa porra nunca vai mudar.