Rua Deserta
Ando cabisbaixa por uma rua deserta
De costas para todos que olham pra mim.
Por cima de paralelepípedos eu passo em vão,
Sem nada observar,
Nem mesmo o semblante triste dos pequeninos.
Minha alma sombria combina com meus cabelos escuros,
Combina com meu desatino entre as estrelas mortas.
Por uma rua deserta vou subindo as calçadas,
Como quem sobe para um patíbulo
E sabe que a morte é verdadeira.
Mão há mais vida,
Não há mais alegria,
Não há mais nada que me faça mirar as nuvens.
Eu e a rua deserta somos cúmplices da melancolia.
Somos a concretização da noite sem estrelas.