COMO VER A DOR NO ESCURO
A espera da calmaria
tento ofuscar um ódio
que minh’alma inflama
tranformando-a
em desgosto,
aversão.
Causa-me
um horror profundo
descobrir que me odeio.
e a repulsa pela agressão
inverte meus sentimentos
agora sombrios.
Sou indiferença e clamo à Morte.
Por sorte,
só a ameaço com minha insegurança.
Mesmo assim,
mostro com intensidade.
a raiva que sinto por mim.
Não sou pedra ou nau sem rumo.
Cratera, fumo ou réu sem juiz.
Da civilidade sei.
Da ética aprendi.
Meu desrespeito é próprio.