CAMINHO NO VAZIO

8/02/2006

Ando pela minha casa vazia

caminho sem eira nem beira

perambulo imerso na agonia

sem nenhum som ou brincadeira

Percorro os comodos silentes

As paredes mudas ao meu redor

aumentam minha solidão latente

que me acompanha pelo corredor

Nesse meu particular cemitério

sinto a ausência de minha vida

Nessa quietude de um monastério

Nesta insanidade tão desmedida

Lá fora o sol brilha e aquece

mas trago dentro de mim o frio

Que minha alma assim entorpece

nessa sensação de um puro vazio

E nasta minha alma enregelada

Que só o amor poderia aquecer

fecharam-se todas as estradas

sinto-me pouco a pouco morrer

Só o que tenho por companhia

Para me manter ainda acordado

é ainda a minha amiga poesia

que afasta a cruel hipotermia

de não ser jamais enfim amado