NA NOITE
NA NOITE
Paulo Gondim
23/08/2008
Escuto estrondos num clarão da noite
Que se fazia breu de tanta escuridão
Escuto gritos, roucos tão aflitos
Sinistro mórbido na imensidão
E se espalham por todas as fendas
Num vale de larvas como vulcão
Enfurecidas na ígnea corrente
Destruído tudo nessa combustão
Escuto gritos ainda mais além
Num eco triste, desolado e mudo
Lamentos da alma, presságio
De sofrimento muito mais agudo
E a noite segue a milenar rotina
Com seus fantasmas, seus grilhões
Na noite, os medos se confundem
Na noite, afloram as paixões