As Horas
A minha estação é outono e inverno
E o verão – apenas uma grande ilusão
E sozinho, o relógio, pára, meu irmão!
A minha estação é outono e inverno
Já basta de ilusão!
A espera de um milagre, então...
Ninguém muda os frutos da respectiva estação
Ninguém muda a lua na sentença
Tire, do livro, essa mutação
A escolha restante é marcada
Em minúcias - os efeitos bem avaliados
Consciente se faz a decisão tomada
O relógio é consertado
Num tempo ficou camuflado
Agora, as batidas fracas
Os ponteiros enferrujados
Ninguém quer nada usado!
E não mais cobiçado!
Ele fica em qualquer canto, abandonado!
Cada vez mais adoecido e solitário....
Ele está demais cansado
Muito anos na Guerra usado
Sem um amor; sem umas mãos...
Ele está demais cansado - precisa ser encostado
As cordas não atendem mais os comandos...
Aos gênios Freud e pseudos:
Conforme-se, numa hora bem acertada dele...
Parando de vez, sozinho, num cantinho!