Até Quando
Até quando olharemos o presente
sem se dar conta que o futuro chegou?
Será que ninguém percebe as borboletas caídas ao chão?
Em suas coloridas escamas, que agora jazem a morte.
Beleza sem igual que no ar bailva
Extingui-se ao beber do veneno dos homens.
As águas que lutam num resquício de existência
Contra bocas de alumínio que despejam do tosco féu já inúltil
Seremos pretenciosos de mais para perceber a vida morrer a nossa volta?
Onde antes reinavam as crescidas sementes da terra
Há tocos e barro pisoteado pelo Rei Gado
Pobre Rei!
Terás tua cabeça decepada pelo mesmo machado cruel
Que separou a árvore do seu corpo
Os pulmões que agora me faltam o ar
Os olhos irritados pela imundice dispersa e solta ao léu
Será que somos surdos de mais para ouvir nosso próprio corpo
Suplicando por socorro?
Ainda está em tempo de salvar-mos o que restou da vida
Temos de ouvir nosso próprio corpo reclamando a nossa ignorância
Ouvir o canto dos pássaros, o leve revoltar das águas
Sentir o cheiro das flores, ao invés de asfalto queimado
Ou será preferível continuar como estamos?
Suportaremos,
Até Quando?