Até Quando

Até quando olharemos o presente

sem se dar conta que o futuro chegou?

Será que ninguém percebe as borboletas caídas ao chão?

Em suas coloridas escamas, que agora jazem a morte.

Beleza sem igual que no ar bailva

Extingui-se ao beber do veneno dos homens.

As águas que lutam num resquício de existência

Contra bocas de alumínio que despejam do tosco féu já inúltil

Seremos pretenciosos de mais para perceber a vida morrer a nossa volta?

Onde antes reinavam as crescidas sementes da terra

Há tocos e barro pisoteado pelo Rei Gado

Pobre Rei!

Terás tua cabeça decepada pelo mesmo machado cruel

Que separou a árvore do seu corpo

Os pulmões que agora me faltam o ar

Os olhos irritados pela imundice dispersa e solta ao léu

Será que somos surdos de mais para ouvir nosso próprio corpo

Suplicando por socorro?

Ainda está em tempo de salvar-mos o que restou da vida

Temos de ouvir nosso próprio corpo reclamando a nossa ignorância

Ouvir o canto dos pássaros, o leve revoltar das águas

Sentir o cheiro das flores, ao invés de asfalto queimado

Ou será preferível continuar como estamos?

Suportaremos,

Até Quando?

Keyty Oliveira
Enviado por Keyty Oliveira em 21/08/2008
Reeditado em 22/08/2008
Código do texto: T1139808
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